terça-feira, 8 de novembro de 2011

A Herança Católica dos IRMÃOS evangélicos no Brasil

 Nós, IRMÃOS no Brasil, ainda não conseguimos nos livrar totalmente da influência do Catolicismo Romano, por causa da nossa falta de paixão e amor a Cristo Jesus. Por séculos, o Catolicismo formou a mentalidade brasileira, a sua maneira de ver o mundo (“cosmovisão”). Embora o crescimento do número de irmãos no Brasil é cada vez maior – segundo o IBGE, já seriam 40 milhões desde o  ano de 2006 – mas há várias evidências de que boa parte dosIRMÃOS não tem conseguido se livrar da herança católica maldita, maldita porque tem anulado o sacrifício de Cristo Jesus pela humanidade, desfazendo a provisão celestial do Pai através da vida do filho.

É um fato que a conversão verdadeira (arrependimento e fé) implica numa mudança espiritual e moral, mas não significa necessariamente uma mudança na maneira como a pessoa vê o mundo. Alguém pode ter sido regenerado pelo Espírito e ainda continuar, por um tempo, a enxergar as coisas com os pressupostos antigos, assim como aconteceu com aigreja em Jerusalém, e o caso dos crentes de Corinto também. 

Alguns deles haviam sido impuros, idólatras, adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes e roubadores. Todavia, haviam sido lavados, santificados e justificados “em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Co 6.9-11), sem que isso significasse que uma mudança completa de mentalidade houvesse ocorrido com eles. 

Todavia, alguns  são mais vulneráveis a essas tendências e as absorvem mais que outros, por causa da falta de consagração em suas vidas, como veremos que é o caso com o Catolicismo no Brasil.

E que tendências são essas?

1) O gosto por bispos e apóstolos – 
Na Igreja Católica, o sistema papal impõe a autoridade de um único homem sobre todo o povo. A distinção entre clérigos (padres, bispos, cardeais e o papa) e leigos (o povo comum) coloca os sacerdotes católicos em um nível acima das pessoas normais, como se fossem revestidos de uma autoridade, um carisma, uma espiritualidade inacessível, que provoca a admiração e o espanto da gente comum, infundindo respeito e veneração. 
Há um gosto na alma brasileira por bispos, catedrais, pompas e rituais. Só assim conseguimos entender a aceitação generalizada por parte dos próprios evangélicos de bispos e apóstolos autonomeados, mesmo após Lutero ter rasgado a bula papal que o excomungava e queimá-la na fogueira. A doutrina reformada do sacerdócio universal dos crentes e a abolição da distinção entre clérigos e leigos ainda não permearam a cosmovisão dos evangélicos no Brasil, com poucas exceções.

2) A idéia de que pastores são mediadores entre Deus e os homens – 
No Catolicismo, a Igreja é mediadora entre Deus e os homens e transmite a graça divina mediante os sacramentos, as indulgências, as orações. Os sacerdotes católicos são vistos como aqueles através de quem essa graça é concedida, pois são eles que, com as suas palavras, transformam, na Missa, o pão e o vinho no corpo e no sangue de Cristo; que aplicam a água benta no batismo para remissão de pecados; que ouvem a confissão do povo e pronunciam o perdão de pecados. 

Essa mentalidade de mediação humana passou para os evangélicos, com poucas mudanças. Até nas "igrejas chamadas históricas", os crentes brasileiros agem como se a oração do pastor fosse mais poderosa do que a deles e como se os pastores funcionassem como mediadores entre eles e os favores divinos. Esse ranço do Catolicismo vem sendo cada vez mais explorado por setores neopentecostais do evangelicalismo, a julgar por práticas já assimiladas como “a oração dos 318 homens de Deus”, “a prece poderosa do bispo tal”, “a oração da irmã fulana, que é profetisa”, etc.

3) O misticismo supersticioso no apego a objetos sagrados – 
O Catolicismo no Brasil, por sua vez influenciado pelas religiões afro-brasileiras, semeou misticismo e superstição durante séculos na almabrasileira: milagres de santos, uso de relíquias, aparições de Cristo e de Maria, objetos ungidos e santificados, água benta, entre outros. 
Hoje, há um crescimento espantoso, entre setores evangélicos, do uso decopo d’água, rosa ungida, sal grosso, pulseiras abençoadas, pentes santos do kit de beleza da rainha Ester, peças de roupa de entes queridos, oração no monte, no vale; óleos de oliveiras de Jerusalém, água do Jordão, sal do Vale do Sal, trombetas de Gideão (distribuídas em profusão), o cajado de Moisés… é infindável e sem limites a imaginação dos líderes e a credulidade do povo. 
Esse fenômeno só pode ser explicado, por um gosto intrínseco pelo misticismo impresso na almacatólica dos evangélicos.

4) A separação entre sagrado e profano – 
No centro do pensamento católico existe a distinção entre natureza e graça, idealizada e defendida por Tomás de Aquino, um dos mais importantes teólogos da IgrejaCatólica. Na prática, isso significou a aceitação de duas realidades coexistentes, antagônicas e freqüentemente irreconciliáveis: o sagrado, substanciado na Santa Igreja, e o profano, que é tudo o mais no mundo lá fora. 

Os brasileiros aprenderam durante séculos a não misturar as coisas:sagrado é aquilo que a gente vai fazer na Igreja: assistir Missa e se confessar. O profano – meu trabalho, meus estudos, as ciências – permanece intocado pelos pressupostos cristãos, separado de forma estanque. É a mesma atitude dos evangélicos. 
Falta-nos uma mentalidade que integre a fé às demais áreas da vida, conforme a visão bíblica de que tudo é sagrado. Por exemplo, na área da educação, temos por séculos deixado que a mentalidade humanista secularizada, permeada de pressupostos anticristãos, eduque os nossos filhos, do ensino fundamental até o superior, com algumas exceções. Em outros países, os evangélicos têm tido mais sucesso em manter instituições de ensino que, além de serem tão competentes como as outras, oferecem uma visão de mundo, de ciência, de tecnologia e da história oriunda de pressupostos cristãos.
Numa cultura permeada pela idéia de que o sagrado e o profano, a religião e o mundo, são dois reinos distintos e freqüentemente antagônicos, não há como uma visão integral surgir e prevalecer, a não ser por uma profunda reforma de mentalidade entre os evangélicos.

5) Somente pecados sexuais são realmente graves – 
A distinção entre pecados mortais e veniais feita pelo catolicismo romano vem permeando a ética brasileira há séculos. Segundo essa distinção, pecados considerados mortais privam a alma da graça salvadora e a condenam ao inferno, enquanto que os veniais, como o nome já indica, são mais leves e merecem somente castigos temporais. 

A nossa cultura se encarregou de preencher as listas dos mortais e dos veniais. Dessa forma, enquanto se pode aceitar a “mentirinha”, o jeitinho, o tirar vantagem, a maledicência, etc., o adultério se tornou imperdoável. 
Lula foi reeleito cercado de acusações de corrupção. Mas, se tivesse ocorrido uma denúncia de escândalo sexual, temos dúvidas de que teria sido reeleito ou de que teria sido reeleito por uma margem tão grande. 
Nas igrejas evangélicas – onde se sabe pela Bíblia que todo pecado é odioso e que quem guarda toda a lei de Deus e quebra um só mandamento é culpado de todos – é raro que alguém seja disciplinado, corrigido, admoestado, destituído ou despojado por pecados como mentira, preguiça, orgulho, vaidade, maledicência, entre outros. 

As disciplinas eclesiásticas acontecem via de regra por pecados de natureza sexual, como adultério, prostituição, fornicação, adição à pornografia, homossexualismo, etc., embora até mesmo esses estão sendo cada vez mais aceitáveis aos olhos evangélicos. Mais um resquício de catolicismo na alma dos evangélicos?


O que é mais surpreendente – 

Os evangélicos no Brasil estão entre os mais anticatólicos do mundo. Só para ilustrar (e sem entrar no mérito dessa polêmica), o Brasil é um dos países onde convertidos do catolicismo são rebatizados nas igrejas evangélicas. O anticatolicismo brasileiro, todavia, se concentrou apenas na questão das imagens e de Maria e em questões éticas como não fumar, não beber e não dançar. 
Não foi e não é profundo o suficiente para fazer uma crítica mais completa de outros pontos que, por anos, vêm moldando a mentalidade do brasileiro, como mencionei acima. Além de uma conversão dos ídolos e de Maria a Cristo, os brasileiros evangélicos precisam de conversão na mentalidade, na maneira de ver o que é a Igreja, como expressão do Reino de Deus na terra.. 

Temos de trazer cativo a Cristo todo pensamento, e não somente os nossos pecados. Nossa (cosmovisão) precisa também de conversão (2 Co 10.4-5).
Quando vemos o retorno de grandes massas ditas evangélicas às práticas medievais católicas de usar no culto a Deus objetos ungidos e consagrados, procurando para si bispos e apóstolos, imersas em práticas supersticiosas, nos perguntamos se, ao final das contas, o neopentecostalismo brasileiro não é, na verdade, um filho da Igreja Católica medieval, uma forma de neocatolicismo tardio que surge e cresce em nosso país, onde até os evangélicos têm almacatólica???

Que O Senhor abra os olhos do nosso coração, pois pelo tempo decorrido,
Já é hora de deixarmos estas coisas acrescentadas a Palavra de Deus, que anulam a sacrifício de Cristo Jesus, como provisão perfeita da parte de Deus, para toda a humanidade.

Texto selecionado

Irmãos em Rio Grande, Rs

Um comentário:

  1. Sem contar que os irmãos, não só no Brasil mas também no mundo adotaram o dia de descanso como o domingo, imposto pelo Imperador Romano Constantino. Onde está escrito na Bíblia que o dia de descanso poderia ter sido mudado por um homem?
    Este mandamento foi respeitado até o século lll d.C. (7 de março de 323 d.C.)

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